empreender

A FACERJ, em parceria com a CACB e o Sebrae-RJ, desenvolve no estado do Rio o EMPREENDER, programa que visa ao fortalecimento das micro e pequenas empresas filiadas às Associações Comerciais e Empresariais através do estímulo ao associativismo e à mudança na forma de atuação dos empreendedores. O objetivo é mobilizar as Associações e formar núcleos setoriais para a troca de experiências e auxílio, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região a partir da conquista de novos mercados.

O projeto foi implementado em 1991 em Brusque (Santa Catarina) por meio de acordo firmado entre três associações daquele estado e a Câmara de Artes e Ofício de Munique e Alta Baviera (HWK), entidade associativa que reúne mais de 55 mil empresas em Munique, Alemanha. Brusque foi uma cidade de colonização alemã, daí a parceria. Com o sucesso, o projeto se espalhou por todo o estado através das Federações e Associações.

A CACB identificou no programa características capazes de realizar uma profunda transformação econômica no país, firmando em 1999 parceria com o SEBRAE, o que possibilitou a ampliação do projeto para os demais estados – no Rio de Janeiro, através da parceria FACERJ/Sebrae-RJ.

O Empreender organiza os empresários em núcleos setoriais e proporciona vantagens como aumento da rentabilidade e da competitividade, a melhoria no processo de gestão e a organização do setor produtivo. Os núcleos são formados a partir das Associações, que atuam como entidades representativas do empresariado e agentes regionais de desenvolvimento.

Com o auxílio de um consultor, empresários de um mesmo ramo de atividade estudam problemas e buscam soluções conjuntas, encontrando, nos supostos concorrentes, parceiros que passam a competir de forma positiva no mercado, com ganhos para a economia em geral. As necessidades normalmente estão relacionadas à qualificação da mão-de-obra, consultoria, fornecimento de mercadorias, crédito e relacionamento com os poderes públicos constituídos.

Além de democratizar as soluções para os componentes de um mesmo setor, os núcleos dispõem de apoio e infraestrutura para a difusão da cultura associativista e desenvolvem ações como:

– Palestras, cursos, seminários e congressos;
– Compras e vendas conjuntas, para melhorar a relação custo-benefício;
– Consultoria tecnológica;
– Consultoria mercadológica;
– Exercício de lobby através da ACE, ou seja, a capacidade de usar a força da coletividade para que os interesses da classe empresarial sejam ouvidos e considerados pelas instituições e pela sociedade;
– Treinamentos (qualificação da mão-de-obra);
– Feiras e Rodada de Negócios;
– Promoção/ divulgação;
– Registro de marcas;
– Acesso a crédito;
– Negociação conjunta com fornecedores.

O Empreender atende a uma exigência da economia moderna, que é a capacitação e a consolidação das micro e pequenas empresas, permitindo que estas busquem soluções que dificilmente conseguiriam se atuassem de forma isolada. No Brasil, o programa conta com mais de 3 mil núcleos espalhados por todas as regiões, abrangendo 840 municípios e mais de 45 mil empresários de todos os setores. No estado do Rio, o Empreender acontece em 17 municípios e dele participam 662 empresários.

As MPEs que participam do programa têm obtido resultados significativos, aumentando as vendas, reduzindo custos, melhorando processos, ampliando mercados. Como conseqüência, o Empreender tem reduzido a taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas – que em alguns casos chega a cerca de 60%, a depender da região e do setor – e contribuído para a geração de emprego e renda no país.

Para participar, procure a Associação Comercial e Empresarial da sua cidade ou se informe no SEBRAE mais próximo.

Por que implementar o Empreender?

O Programa Empreender é relevante não apenas pela sua metodologia, mas pelo contexto histórico-filosófico em que se insere. A sociedade moderna se adaptou rapidamente à lógica da globalização, à tecnologia da informação, à mudança de hábitos, costumes e fronteiras num mundo que clama por maior competitividade, produtividade e redução de custos. Isso requer dos empresários a necessidade permanente de reciclagem profissional e tecnológica.

Por questões culturais, o empreendedor brasileiro tem a tendência de pensar que a concorrência está ao lado e à espreita, como se estivesse a descobrir seus segredos para então tirá-lo do mercado. É sobre esse equívoco que o Projeto Empreender atua e daí vem sua extrema importância. A partir das ACEs, a metodologia do projeto organiza núcleos setoriais, valorizando o aspecto associativo. Experiências individuais são reunidas e soluções são canalizadas para um grupo de empresas de um determinado setor.

O associativismo aproxima as empresas e incentiva as iniciativas individuais. É uma política que confere peso para as reivindicações coletivas em questões tributárias, por exemplo, ou em questões comuns, sem interferir na individualidade. O que ocorre é um aumento conjunto da competitividade, uma competição sadia que acaba revertendo em ganhos tecnológicos para o núcleo e benefícios para os consumidores, com qualidade e melhores preços.

Onde nasceu o Programa?

O Empreender começou no município de Brusque, no Vale do Itajaí, região de forte influência alemã, no interior de Santa Catarina. Em 1987, Carlos Cid Renaux, presidente da Associação Comercial e Industrial de Brusque, iniciou contatos com a HWK- Handwerkskammer für München und Oberbayern (Câmara de Artes e Ofício de Munique e Alta Baviera) para firmar um convênio de apoio às micro e pequenas empresas.

A HWK é uma entidade associativa que reúne mais de 55 mil empresas na Alemanha e oferece uma série de serviços para seus associados. Técnicos alemães e dirigentes da HWK visitaram Santa Catarina e mantiveram contatos com Associações Comerciais e Industriais, a Federação das Associações Comerciais de Santa Catarina- FACISC e o SEBRAE. A HWK decidiu então iniciar a implementação do projeto, liderado pelas ACIs de Brusque, Blumenau e Joinville.

O Projeto Cooperação ACI/HWK (denominação inicial) consistia em atrair micro e pequenas empresas para a formação de núcleos setoriais – grupo de empresas de um mesmo segmento que se reuniam periodicamente para discutir problemas comuns e buscar soluções conjuntas, sob a moderação de um consultor. O êxito do projeto nas três cidades atraiu a atenção de outras: em 1996, em número de 17, estas ACIs criaram a Fundação Empreender, que passou a gerir o projeto. O convênio que previa três anos de duração foi prorrogado até novembro de 2001.

O projeto foi apresentado em outubro de 1995 no Equador no evento PYME 2000, e em novembro do mesmo ano dirigentes de ACIs de outras cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul debateram sobre o projeto no Seminário Nacional sobre Desenvolvimento Organizacional da ACI. Em dezembro de 1995, dirigentes e consultores do Sebrae e das ACIs ligadas ao projeto realizaram um workshop, o que lançou as bases para uma futura cooperação que viria a difundir o modelo para todo o Estado de Santa Catarina.

Em outubro de 1997 a FACISC e o SEBRAE, com apoio da Fundação Empreender, contratada para treinar os técnicos em todo o estado, lançaram o Projeto Empreender, que foi levado para outras 10 cidades. Uma nova expansão do projeto foi promovida em abril de 1998, beneficiando outras 10 cidades.

A partir de 1999, uma parceria entre a CACB e o SEBRAE, com o apoio da Fundação Empreender, possibilitou a ampliação do programa para outros sete estados: Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Sergipe.

Contato: empreender@facerj.org.br